GOVERNANÇA ESG NA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: O CASO DAS FINTECHS DE TECNOLOGIA DE PAGAMENTOS

---

O cenário empresarial contemporâneo, marcado pela expansão acelerada das organizações e pela crescente complexidade estrutural, demanda estratégias eficazes e adaptáveis para enfrentar os desafios dinâmicos do mercado. As mudanças ambientais, a globalização e as transformações nos hábitos dos consumidores são fatores cruciais que impulsionam as organizações a desenvolverem capacidades robustas de formulação e implementação de estratégias. Este trabalho tem como objetivo analisar a governança no contexto ESG (ambiental, social e governança) no segmento de tecnologia de pagamentos, explorando a relevância desse enfoque em um ambiente de constante transformação.

No contexto das fintechs de tecnologia de pagamentos, observamos uma transformação significativa. Empresas integradoras desempenham um papel crucial como intermediárias entre fornecedores de soluções financeiras e os lojistas virtuais. Uma fintech em destaque expandiu suas operações na América Latina, oferecendo soluções seguras e escaláveis de pagamento. Esse movimento reflete não apenas uma evolução tecnológica, mas também a abertura de novas oportunidades de mercado que antes eram exclusivas das instituições financeiras tradicionais.

Foto: Getty Imagens

A passagem do comércio offline para o online impulsionou o crescimento exponencial do e-commerce global. No âmbito das fintechs de tecnologia de pagamentos, observamos uma ampliação do portfólio de serviços oferecidos. Além dos métodos de pagamento locais e do processamento de pagamentos, as empresas agora dedicam atenção especial à prevenção de fraudes, ao atendimento ao cliente e a serviços personalizados para grandes empresas. Essa diversificação visa atender às demandas de um mercado em constante mutação.

A transformação digital deixou de ser exclusividade das startups, alcançando também empresas tradicionais que buscam inovar e se adaptar a novos modelos de negócios. O comércio eletrônico, caracterizado pela aplicação intensiva de tecnologias de comunicação e informação, redefine a cadeia de valor dos processos de negócios. A facilidade de acesso à internet possibilita que qualquer pessoa realize transações bancárias em questão de minutos, marcando uma mudança fundamental na forma como as interações financeiras ocorrem.

A era digital traz consigo dois desafios fundamentais. Primeiramente, as tecnologias emergentes geram enormes volumes de dados, demandando uma abordagem estratégica para a detecção, armazenamento, análise, resposta e aprendizado. Em segundo lugar, as empresas estão cada vez mais interessadas em explorar oportunidades em novos mercados. Startups avaliadas em mais de um bilhão de dólares, conhecidas como unicórnios, destacam-se nesse contexto, trazendo inovação e agilidade. Estratégias como o uso de aceleradoras têm se mostrado eficazes, permitindo o desenvolvimento ágil de negócios.

A governança corporativa emerge como um pilar fundamental no contexto ESG, desempenhando um papel vital na inovação ambiental e na promoção da sustentabilidade corporativa. A capacidade de inovar torna-se uma demanda essencial para as empresas abertas, com a governança sendo intrinsecamente ligada à transparência, responsabilidade, alocação de recursos, gestão estratégica e proteção dos direitos dos stakeholders. No cenário altamente competitivo das fintechs, a inovação ambiental impulsionada pela governança torna-se crucial para o sucesso a longo prazo.

As fintechs enfrentam desafios sociais que, ao mesmo tempo, representam oportunidades para o desenvolvimento dos critérios ESG. A plataforma de emissão de boletos bancários destaca-se como um exemplo que atende tanto pessoas físicas quanto jurídicas, promovendo a inclusão e a constante reformulação do atendimento bancário. A desbancarização da população de baixa renda surge como uma possibilidade concreta dentro do ESG, assim como o desenvolvimento de ações para a inclusão digital.

O atual ambiente de negócios exige das organizações uma abordagem holística e estratégica, incorporando princípios ESG para garantir não apenas o sucesso financeiro, mas também a sustentabilidade a longo prazo. No contexto das fintechs de tecnologia de pagamentos, a governança corporativa emerge como uma peça-chave para impulsionar a inovação ambiental e promover práticas de negócios sustentáveis. O desafio reside na capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças, explorar oportunidades emergentes e, ao mesmo tempo, manter um compromisso inabalável com os princípios ESG.

REFÊRENCIAS

Abreu, P. R. M., & Campos, N. M. (2016). O panorama das aceleradoras startups no Brasil. Disponível em: https://www.bookdepository.com/O-Panorama-Das-Aceleradoras-deStartups-No-Brasil-Paulo-R-M-Abreu-Newton-M-Campos/9781533455567. Acesso em 07/jul/2022.

Albertin, A. L. (2010). Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. 6. ed. São Paulo: Atlas.

Araújo, R. A. M., Correia, T. S., & Câmara, R. P. B. (2022). Influência da inovação ambiental na sustentabilidade corporativa em empresas latino-americanas. Disponível em: https://www.scielo.br/j/osoc/a/sq75rBkqM4BV3mZTvNJz9Yx/?lang=en Acesso em 10/jul/2022.

Economia (2019). O que é uma startup unicórnio? Disponível em: https://www.economias.pt/startup-unicornio/ Acesso em: 10/jul/2022.

Rischioni, G. A., Nunes, J. J. S., Batista, L. F., & Lucindo, M. B. (2020). STARTUP: TENDÊNCIA DE NEGÓCIO NO BRASIL. Revista zona sul.

Weill, P., & Woerner, S. (2018). What’s Your Digital Business Model?: Six Questions to Help You Build the Next-Generation Enterprise. Harvard Business Review Press.