ÁGUA CAMELO: TECNOLOGIA SOCIAL E INOVAÇÃO QUE TRANSFORMA
- Mariele Santos
- 13 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 6 de fev.
As universidades são ambientes essenciais para o desenvolvimento de tecnologias sociais, promovendo inovações que atendem às crescentes necessidades diante de crises ambientais e humanitárias. Um exemplo disso é Rodrigo Belli, ex-aluno do curso de Design da PUC-Rio, que fundou a startup Água Camelo.
Projeto Água Camelo: Inovação e Impacto Social

A ideia de uma mochila filtradora de água surgiu durante uma aula de Design na PUC-Rio. Desde o final de 2021, os kits camelo começaram a ser distribuídos em comunidades indígenas do Acre, incluindo as comunidades dos ianomâmis. Casos de diarreia e verminose diminuíram drasticamente, e a iniciativa também proporcionou uma fonte de água limpa e segura para milhares de pessoas em 11 estados do Brasil e em 120 comunidades indígenas, com atuação especial durante a emergência humanitária dos ianomâmis.
O diferencial do projeto Água Camelo está na abordagem detalhada e colaborativa. Antes da distribuição das mochilas, a equipe realiza um diagnóstico completo das comunidades-alvo, utilizando KPIs (indicadores-chave de desempenho) para identificar as principais necessidades locais.
A tecnologia se destaca pela capacidade de filtrar até 1.000 litros de água por hora, uma solução ideal para regiões sem acesso a fontes de água tratada. Com uma durabilidade de até 5 anos e um sistema de retro-lavagem que elimina a necessidade de manutenção frequente, a mochila oferece uma resposta eficaz a crises hídricas, principalmente em áreas afetadas por desastres naturais.
Com a capacidade de filtrar grandes volumes de água e um design portátil, a mochila é ideal para regiões remotas ou em situações de emergência, como desastres naturais. Essa tecnologia pode contribuir significativamente para a redução de casos de contaminação por água, melhorando a saúde e a qualidade de vida das populações afetadas.
O processo de avaliação é contínuo e envolve representantes locais, o que garante o monitoramento dos impactos do projeto e permite ajustes para maximizar os resultados. Esse modelo de gestão colaborativa não apenas melhora a qualidade da água consumida, mas também promove uma cultura de conservação e uso sustentável dos recursos hídricos.


A criação de tecnologias sociais, como as mochilas filtradoras de água, evidencia o papel crucial das universidades na promoção de soluções inovadoras que combinam responsabilidade social e inovação tecnológica. Em um país onde ainda ocorrem cerca de 190 mil internações anuais devido à contaminação da água, iniciativas como essa são fundamentais para mitigar os riscos e melhorar a saúde pública.
Os projetos da Água Camelo ilustram como as tecnologias sociais podem atuar como agentes transformadores, promovendo mudanças práticas e de grande impacto. Essas tecnologias não apenas fornecem soluções imediatas para problemas críticos, mas também incentivam a educação e a conscientização ambiental, contribuindo para a autonomia e o fortalecimento das comunidades atendidas.
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