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ILÚ OBÁ DE MIN: QUAL É A LÁGRIMA QUE TE COMOVE ?

  • Foto do escritor: Mariele Santos
    Mariele Santos
  • 14 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de ago. de 2024



Preservando Tradições e Celebrando a Cultura Afro-brasileira em São Paulo.


Foto: Kleber Dias.


No dia 13 de maio de 2024 segunda-feira, enquanto o Brasil comemorava os 136 anos da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no país, o grupo Ilú Obá de Min, composto por mulheres negras dedicadas à promoção da cultura afro-brasileira, realizou mais uma vez a tradicional lavagem da rua Treze de Maio, no bairro do Bixiga, em São Paulo.


O Bixiga, localizado na região central da capital paulista, é historicamente relevante por ter sido o lar do Quilombo Saracura, um símbolo de resistência e luta contra a opressão. É nesse contexto que a Ilú Obá De Min se insere, como uma associação sem fins lucrativos que se destaca pela promoção e preservação das culturas de matriz africana, com especial ênfase na valorização da mulher negra. Mais do que isso, a Ilú Obá De Min é um espaço de expressão, educação e resistência, onde as mulheres mais velhas são reconhecidas como protagonistas de suas ações.


Foto: Kleber Dias.


Um dos projetos mais marcantes da associação é o Bloco Afro Ilú Obá De Min, que há 19 anos tem aberto o carnaval de rua de São Paulo com sua energia contagiante. Fundado em novembro de 2004 pelas percussionistas Beth Beli, Adriana Aragão e Girlei Miranda, o bloco reúne cerca de 400 integrantes em sua bateria e corpo de dança. A história do bloco remonta à lavagem iniciada pelo bloco Orí Axé, liderado por Kika de Bessen e no qual Beth Beli também participava, em 1989, no emblemático dia 1º de abril, conhecido como o dia da mentira.Em 2006, sob a liderança de Beth Beli, o Ilú Obá De Min retomou este importante ato político. Em um gesto simbólico de resistência e afirmação da cultura negra, o bloco ocupou as ruas de São Paulo na noite de segunda-feira, um momento encantador e mágico, onde as mulheres do Ilú Obá de Min se encontraram.



Foto: Kleber Dias.


Vestidas de branco de Oxalá e segurando rosas brancas nas mãos, elas dançam sob o luar da noite quente. À medida que sobem a imponente escadaria do Bixiga, o ritmo dos tambores ressoa, sincronizando-se com seus passos cadenciados. Entre sorrisos radiantes e olhares carregados de significado, elas celebram sua ancestralidade, espalhando suavemente água perfumada pela escadaria, como um suave chamado às profundezas de suas raízes, que as ligam tão intimamente ao passado e ao presente.


Foto: Kleber Dias.


Seu manifesto com atos de resistência, memória e empoderamento, ressoa pelas ruas de São Paulo durante o cortejo. A vanguarda dessa batalha é anunciada com a pergunta: “Qual é a lágrima que te comove?”

Foto: Kleber Dias.


É a partir dos princípios de circularidade, religiosidade, corporeidade, musicalidade, memória, ancestralidade, cooperativismo, oralidade, energia vital e ludicidade que o Ilú Obá De Min se move.


Foto: Kleber Dias.


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